Foi com tristeza, mas também com esperança, que assiti no programa Fantástico deste último domingo (07/02/10) uma matéria sobre o lixo acumulado/largado/ignorado nas ruas de São Paulo e sua relação com os constantes e cada vez mais intensos alagamentos. O fato se repete em muitos centros urbanos em todo o país.
Para quem não viu, o link é este aqui.
Sempre comentava com as pessoas próximas o quão absurdo era assistir várias reportagens falando das tempestades, das enchentes, de desabamentos e tantos problemas em consequência das chuvas, mas que nunca tocavam na questão do lixo. Um detalhe óbvio mas que, de tão óbvio, parece ter sido esquecido com muita facilidade: o sistema para coleta de esgoto e de águas pluviais é antigo praticamente em todas as grandes cidades, construído numa época em que não se imaginava o tamanho da população num futuro próximo, bem como de sua ignorância ecológica. O tempo passou, as pessoas se amontoaram nos centros urbanos e a produção de lixo foi elevada à nona potência. E agora, o que fazer?
Educar - o plano mais eficiente, porém o mais difícil. Não há obra de engenharia que se compare à complexidade de mudar hábitos tão profundamente enraizados na "cabeça do povo". Quando era estagiário no grupo de teatro da SLU (Superintendência de Limpeza Urbana, hoje SMLU, Sec. Municipal de Limpeza Urbana) já cheguei a ouvir de um sujeito no centro de BH que ele pagava pela limpeza e que podia sim jogar lixo no chão. Na impossibilidade de dar-lhe uma boa vassourada na cabeça, optei por ignorá-lo, já que não pude convencê-lo antes com argumentos lógicos, sociais e ambientais. Outro sinal de ignorância deste capadócio sujeito foi não pensar que o imposto destinado à limpeza urbana poderia ser encaminhado a outros setores, se a sujeira na cidade não fosse tão grande.
Mas é isso aí. Quem tem consciência ecológica e respeito pelo planeta não deve desistir de lutar por um mundo melhor. E você, já melhorou o mundo hoje?
